Unidade CAL Glória
Espaço Sergio Britto
Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat representados pelo Grupo Teatral do Hospício de Charenton, sob a direção do Senhor de Sade
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Aquilo que fazemos é apenas a sombra do que queremos fazer
E nunca encontraremos outras verdades
Senão as verdades sempre mutáveis de nossa própria experiência
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O teatro dentro do teatro: no manicômio de Charenton - onde Marquês de Sade ficou internado 13 anos - os internos encenavam peças como um dos processos de tratamento na era napoleônica. Já no séc XX, Peter Weiss, dramaturgo alemão, imagina Sade criando um espetáculo para os pacientes sobre a perseguição e o assassinato de Marat, radical líder da Revolução Francesa. Desde sua primeira montagem Marat/Sade se tornou um clássico instantâneo, um contundente texto sobre as violências e pulsões humanas diante da luta de classes e do desejo por revolução.
A escolha da Turma TEC-N de trabalhar com a peça em sua formatura é precisa: o jogo entre a realidade e a ficção é um exercício interpretativo estimulante. Sob direção de Marcelo Morato, os atores e atrizes formandos foram conduzidos por uma rica caminhada de construção de personagens e jogos cênicos.
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Com a palavra, o diretor
“Esta peça teatral é um desafio para todos: elenco, direção e público, assim como deve ter sido muito trabalhosa para o autor alemão Peter Weiss (1916-1982), que a escreveu em 1963-64, em meio a um momento de efervescência sociopolítica cultural. Influenciado pela dramaturgia e teoria de Bertolt Brecht, Weiss, escreveu esta peça de cunho épico que logo foi reconhecida pela crítica e pelo público como um clássico contemporâneo. (...)
Inspirado por fatos reais (a Revolução Francesa e suas consequências; o assassinato do revolucionário Jean-Paul Marat por Charlotte Corday; a existência do Hospício de Charenton e suas experiências teatrais como terapia para os internos; a permanência do Senhor de Sade, ex-Marquês, como paciente dessa instituição e os espetáculos teatrais que escreveu e dirigiu lá), o dramaturgo elaborou uma ousada ficção: em 1808, dezenove anos após a revolução e quatorze após o assassinato de Marat, o senhor de Sade escreve e dirige um espetáculo com os internos, sob o olhar vigilante do sr. Coulmier, diretor do manicômio, e para um público prestigioso que o assiste. (...)
Sendo Sade o autor e diretor da peça dentro da peça, em alguma instância, o espetáculo é um longo diálogo dele com todas essas vozes internas. Ao longo da peça, a personagem Marat parece ter ressurgido dos mortos e tomado corpo e voz, para confrontar seus ideais revolucionários à apatia do ex-Marquês, que continua envolto em questões sobre individualidade, violência, Natureza, libido etc., sabendo que suas perguntas não têm resposta permanente. São sempre respostas provisórias que damos a perguntas constantes sobre liberdade, igualdade e fraternidade. Em diversos momentos, as reflexões sobre revolução se reposicionam: queremos modificar as circunstâncias, mas quais e de que forma? Quantas revoluções individuais temos que atravessar e vencer para poder revolucionar o coletivo?(...)”
Peter Weiss
João Marschner (português) e Geoffrey Skelton (inglês), com versão final de Marcelo Morato
Marcelo Morato
Bruna Arruda
João Victor Camargo
Maria Clara De Pina
Marina Salomon
Virgínia van der Linden
Marcelo Morato
Virgínia van der Linden
Maria Clara De Pina
Darilton Almeida
Beatriz Chize
Virgínia van der Linden
Maria Clara De Pina
Bernardo Anderaus
Cristtiane Rocha
Fred Matos
Karolyna Mendes
Mariana Magalhães
Nicole Mocarzel
Wilson Reiz
Verônica Fernandes
Marcela Anjos
Adrye Batista
João Victor Camargo
Giovanne Amaral
Jayme de Souza
Nilson Souza
Rita Ariani
Pablo Henriques
Clara Ponciano
Marcia Quarti